O jogar além do padrão: a experiência de GRIS
Resumo
Introdução: Alguns jogos digitais propõem experiências que visam promover reflexões emocionais profundas a partir das escolhas de suas estéticas e mecânicas. No entanto, compreender como esses elementos impactam a experiência do jogador ainda é um desafio para pesquisadores da área. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo analisar como os elementos formais e as mecânicas do jogo GRIS contribuem para a construção de uma experiência afetiva, por meio da articulação entre narrativa simbólica, estética e gameplay. Metodologia: Esta pesquisa utiliza a Análise Formal de Gameplay (AFG) em três momentos selecionados do jogo, identificando primitivas, princípios de design e experiências projetadas. Posteriormente, os dados da AFG são confrontados com uma avaliação qualitativa com seis jogadores que jogaram GRIS pela primeira vez. Resultados: Os dados revelam que os jogadores, em geral, captaram as intenções afetivas dos momentos analisados, ainda que nem sempre as relacionassem diretamente aos princípios de design da AFG. Apesar de variações nas interpretações individuais, a experiência afetiva foi consistentemente significativa, indicando que GRIS possibilita múltiplas camadas de significado e identificação emocional. O estudo também sugere que metodologias como a AFG têm limitações quando aplicadas a jogos com forte caráter metafórico.
Referências
de Marco, P. A. e de Medeiros, J. F. (2024). A representação dos 5 estágios do luto do modelo de kübler-ross através dos elementos de game design do jogo gris. PPG Design Caderno Científico.
dos Santos, R. E. (2024). Gris: A interseção e a dualidade entre os jogos e a arte. Revista da FUNDARTE, 59(59):e1365–e1365.
Gallicano, T. (2013). An example of how to perform open coding, axial coding and selective coding. Online: [link]. Acessado: Abril, 2025.
Holopainen, J. (2011). Foundations of gameplay. PhD thesis, Blekinge Institute of Technology.
Kubler-Ross, E. e Kessler, D. (2005). On grief and grieving: Finding the meaning of grief through the five stages of loss. Simon and Schuster.
Lankoski, P. e Björk, S. (2015). Formal analysis of gameplay. In Game research methods, pages 23–35.
Magallanes, I. A. B. (2021). Gris: metáfora, símbolo y relato en (inter) acción. Sincronía, (80):314–334.
Sandra, N. P. A. A. e Mutiaz, I. R. (2021). The embodiment of kübler-ross model through game elements in gris and its impact on player experience. In ICON ARCCADE 2021: The 2nd International Conference on Art, Craft, Culture and Design (ICON- ARCCADE 2021), pages 252–260. Atlantis Press.
Schell, J. (2008). The Art of Game Design: A book of lenses. CRC press.
Sousa, L. e Junior, G. M. (2021). A relação entre mecânicas e narrativa: Analisando o jogo papers, please. In Anais Estendidos do XX Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital, pages 10–19, Porto Alegre, RS, Brasil. SBC.
Vasilikaris, G. (2022). The aesthetics of grief: Exploring sorrow in the paradigm of gris. Ex-centric Narratives: Journal of Anglophone Literature, Culture and Media, (6):150–167.
Wäppling, A., Walchshofer, L., e Lewin, R. (2022). What makes a cozy game?: A study of three games considered cozy.
Wiemeyer, J., Nacke, L., Moser, C., e ‘Floyd’Mueller, F. (2016). Player experience. Serious games: Foundations, concepts and practice, pages 243–271.
