Análise da ontologia dos assuntos jurídicos e suas respectivas legislações através de Redes Complexas
Resumo
Diversos esforços vem ocorrendo com o intuito de mitigar os efeitos da crescente complexidade inerente da Justiça brasileira. Nesse contexto, apresentamos uma abordagem baseada em Redes Complexas que relaciona assuntos jurídicos da Tabela Processual Unificada do primeiro grau da Justiça Federal do Conselho Nacional de Justiça. A partir de conceitos da Teoria de Grafos, identificamos grupos de assuntos e construímos uma rede bipartida de assuntos jurídicos e dispositivos legais. Ao analisarmos a projeção de um modo da rede bipartida no subconjunto dos assuntos jurídicos, verificamos uma forte tendência de assuntos do mesmo grupo compartilharem dispositivos legais entre si, o que resulta em um coeficiente de assortatividade de grupo r ≈ 0.62. Apesar disso, verificamos a presença de compartilhamento de dispositivos legais entre grupos específicos de assuntos jurídicos. Esse resultado, pode contribuir para a compreensão das relações existentes entre os assuntos jurídicos, bem como para a criação e aprimoramento de modelos de Inteligência Artificial que auxiliem em tarefas práticas do sistema judiciário brasileiro.
Referências
CNJ. Sistema de gestão de tabelas processuais unificadas: Assuntos - Última versão (excel) - versão: 23/03/2022. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/sgt/versoes.php?tipo_tabela=A
Fowler, J. H., Johnson, T. R., Spriggs, J. F., Jeon, S., and Wahlbeck, P. J. (2007). Network analysis and the law: Measuring the legal importance of precedents at the us supreme court. Political Analysis, 15(3):324–346.
Fruchterman, T. M. and Reingold, E. M. (1991). Graph drawing by force-directed placement. Software: Practice and experience, 21(11):1129–1164.
Haapio, H. and Hagan, M. (2016). Design patterns for contracts. In Networks. Proceedings of the 19th international legal informatics symposium IRIS, pages 381–388.
Henderson, W. D. (2014). From big law to lean law. International Review of Law and Economics, 38:5–16.
Koniaris, M., Anagnostopoulos, I., and Vassiliou, Y. (2018). Network analysis in the legal domain: A complex model for european union legal sources. Journal of Complex Networks, 6(2):243–268.
Hagan, M. Law by design. Disponível em: https://lawbydesign.co/
Morais, E. A. M. and Ambrósio, A. P. L. (2008). Automatic domain classification of jurisprudence documents. In Proceedings of the 2008 Euro American Conference on Telematics and Information Systems, pages 1–6.
Newman, M. (2018). Networks. Oxford university press.
Newman, M. E. (2003). Mixing patterns in networks. Physical review E, 67(2):026126.
Pires, R. S., Oliveira, E. A., Fernandes, C. G., Neto, J. A. M., and Furtado, V. (2021). Mapping landmark cases in the us legal system.
Ruhl, J., Katz, D. M., and Bommarito, M. J. (2017). Harnessing legal complexity. Science, 355(6332):1377–1378.
Susskind, R. E. and Susskind, D. (2015). The future of the professions: How technology will transform the work of human experts. Oxford University Press, USA.
Whalen, R. (2016). Legal networks: The promises and challenges of legal network analysis. Mich. St. L. Rev., page 539.
Zhang, P. and Koppaka, L. (2007). Semantics-based legal citation network. In Proceedings of the 11th international conference on Artificial intelligence and law, pages 123–130.