Como Licenciandos Podem Desenvolver o Pensamento Computacional no Contexto Educacional?
Resumo
O uso de computadores na educação sempre esteve em perspectiva. Contudo, quando se trata do emprego das tecnologias digitais na educação, é evidente que existe carência de exploração da Ciência da Computação (CC) em sua amplitude, assim como há um déficit no planejamento para a formação de professores aptos a mediarem o espaço onde ocorre a exploração desta ciência. Desta forma, embora haja o uso da computação na educação, na maioria dos casos sua aplicação muitas vezes se encaixa no uso de atividades que não foram idealizadas para desenvolver no discente habilidades que passaram a ser fundamentais para o Século XXI, tais como o Pensamento Computacional (PC). Por vez, o PC é o processo de pensamento envolvido na formulação de problemas e de suas soluções tais quais possam ser representadas e efetivamente realizadas por um agente de processamento de informações. Muitos países como Alemanha, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e também o Brasil, estão introduzindo o PC e outras disciplinas fundamentadas na CC na educação básica. Entretanto, para que isso aconteça de modo efetivo, é necessário que se atente para a formação de professores que sejam aptos a trabalhar com o PC nas escolas. Essa formação parte da necessidade de adicionar os conceitos da CC na formação dos professores e apresentar a eles práticas pedagógicas que criem um ambiente computacional em sala de aula independente da área de formação, uma vez que o campo da ciência da computação é transversal às demais ciências. Mediante esse contexto, este trabalho propõe uma discussão a respeito de intervenções realizadas durante a formação inicial de professores, dando foco no impacto das abordagens utilizadas causadas na percepção e atitude do licenciando ante a computação e o PC. A proposta que manifestamos neste estudo, envolve trabalhar a CC e o PC de forma gradual através dos seguintes passos: I) Discussões teóricas sobre a CC e a aplicação do PC no cotidiano; II) Atividades de computação desplugada; III) Atividades de computação plugada; IV) Leitura e discussão de relatos de experiências que tenham realizado atividades interdisciplinares em computação para a promoção do PC na educação básica. Para mais, a ideia é que durante todos esses passos da intervenção, o licenciando seja incentivado a pensar em práticas interdisciplinares e demonstre em suas discussões a percepção da aplicabilidade e a compreensão dessas abordagens. A proposta já foi aplicada em uma turma voluntária de graduandos em licenciatura de diversas áreas do conhecimento. Os resultados para o objetivo da pesquisa foram obtidos através de atividades em computação realizadas nos passos propostos para a intervenção e mediante um questionário de atitudes que foi aplicado antes e após a intervenção. A conclusão obtida na turma piloto sugere que os licenciandos possuem dificuldade em compreender os conceitos da CC e do PC, bem como limitações em suas reflexões que carecem de criticidade e autonomia. Entretanto, embora os resultados obtidos não tenham sido o que esperávamos, devemos apresentar o PC durante a formação inicial do professor e aprimorar as configurações existentes para esse tipo de intervenção a fim de promover uma formação que capacite o professor a trabalhar com a computação em sala de aula.Link para o vídeo da apresentação: https://youtu.be/DPVONG3hurY
Palavras-chave:
Pensamento computacional, Licenciandos, Atitudes em relação à computação
Referências
Vanea Chiprianov and Laurent Gallon. 2016. Introducing Computational Thinking to K-5 in a French Context. In Proceedings of the 2016 ACM Conference on Innovation and Technology in Computer Science Education (Arequipa, Peru) (ITiCSE ’16). Association for Computing Machinery, New York, NY, USA, 112–117.
Daltro José Nunes. 2011. Ciência da computação na educação básica. Jornal da Ciência 9, 09 (2011).
José Armando Valente. 2016. Integração do pensamento computacional no currículo da educação básica: Diferentes estratégias usadas e questões de formação de professores e avaliação do aluno. Revista E-curriculum 14, 3 (2016), 864–897.
Jeannette M. Wing. 2006. Computational Thinking. Commun. ACM 49, 3 (mar 2006), 33–35.
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José Armando Valente. 2016. Integração do pensamento computacional no currículo da educação básica: Diferentes estratégias usadas e questões de formação de professores e avaliação do aluno. Revista E-curriculum 14, 3 (2016), 864–897.
Jeannette M. Wing. 2006. Computational Thinking. Commun. ACM 49, 3 (mar 2006), 33–35.
Publicado
24/04/2022
Como Citar
BAPTISTA, Laís L. C.; BITTENCOURT, Roberto A..
Como Licenciandos Podem Desenvolver o Pensamento Computacional no Contexto Educacional?. In: LABORATÓRIO DE IDEIAS - SIMPÓSIO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM COMPUTAÇÃO (EDUCOMP), 2. , 2022, Online.
Anais [...].
Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação,
2022
.
p. 23-23.
DOI: https://doi.org/10.5753/educomp_estendido.2022.19404.