Dados póstumos em xeque - Uma Visão Geral de Questões da Imortalidade Digital

• Vinicius Ferreira Galvão UFMT
• Cristiano Maciel UFMT
• Vinicius Carvalho Pereira UFMT
• Ana Cristina Bicharra Garcia UERJ
• Roberto Pereira UFPR
• José Viterbo UFF

Resumo

Quem quer ser imortal? Embora essa pergunta retórica pareça assombrar os humanos, a imortalidade digital já é uma realidade. As redes sociais têm permitido e facilitado que nossas pegadas digitais permaneçam para sempre ao alcance dos usuários da Internet. Todos nós morreremos, por outro lado, nosso eu digital pode permanecer para sempre. A tecnologia de mídias sociais também tem permitido que as pessoas a navegarem ou até mesmo postarem mensagens para manter viva a memória de uma pessoa. Parece assustador, mas é tecnicamente viável construir um chatbot a partir do legado digital de uma pessoa falecida, permitindo um certo grau de presença de uma pessoa falecida. Esta inconsciente imortalidade digital traz novos desafios e implicações culturais, técnicos, sociais, éticos e legais que devem ser trazidos à luz e discutidos. Há uma necessidade de reconhecer os limites para um uso adequado da imortalidade digital. Por meio de uma visão geral, este artigo relata nosso levantamento bibliográfico onde identificamos algumas questões-chave a respeito da imortalidade digital, observando os benefícios, consequências e complicações de seu uso. Nosso estudo identificou diferenças ao lidar com falecidos famosos versus não famosos, dados públicos versus privados explicitamente definidos, direitos e deveres relacionados à preservação versus exclusão de dados, avanços tecnológicos versus restrições, impedimento cultural e diferenças nas razões para desejar a imortalização. Com este artigo, pretendemos fomentar as discussões sobre a imortalidade digital, seus limites atuais e pontos que precisam ser considerados diante de um tema tão sensível que já é uma questão atual.

Palavras-chave: Imortalidade Digital, Legado Digital, Morte, Interação Póstuma