A exclusão digital dos idosos: uma busca por caminhos possíveis

• Sandra Vieira IFC
• Cleber Luiz Damin Ferro IFC
• Luís Antônio Scarabelot Fiabani IFC

DOI: https://doi.org/10.5753/latinoware.2023.236446

Resumo

A sociedade vive a era digital. As tecnologias acessíveis para os mais jovens podem ser um desafio para aqueles que já passaram dos 60 anos. O aumento da expectativa de vida e o incremento da população de idosos operam implicações transversais em todos os setores da sociedade e têm despertado preocupações em atender esta parcela da população que, até pouco tempo, não era “vista” pela sociedade. Políticas públicas buscam uma melhoria na qualidade de vida dos idosos: saúde, mobilidade urbana e lazer são exemplos. Mas como garantir estes direitos numa sociedade cada vez mais tecnológica para um público que não teve acesso a estes recursos quando ainda era jovem? Este trabalho tem como objetivo abordar a exclusão digital dos idosos como novo desafio para a sociedade. Apresenta-se um projeto de extensão que visa aproximar os idosos ao mundo digital e analisa dados qualitativos e quantitativos sobre a relação dos idosos e a informática. Com a utilização de uma metodologia que destaca o planejamento e desenvolvimento de atividades que respeitem as peculiaridades deste público, são realizados cursos de informática. Neles os idosos têm oportunidade de desenvolver habilidades elementares como acessar a internet ou digitar um texto. As atividades são planejadas visando atender os interesses dos idosos sem causar sensação de incapacidade ou desconforto na realização das tarefas. Os cursos são práticos e têm duração de 45 horas, os alunos são distribuídos individualmente nos computadores. São 20 vagas distribuídas gratuitamente, para idosos alfabetizados. As aulas têm duração de 90 minutos semanais e são ministradas por um docente assessorado por voluntários e bolsista. Embora os estudos sejam recentes, os resultados apontam baixo índice de evasão, altas taxas de frequência, desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras, promoção de interação social, predominância de público feminino e baixo custo para execução. Estes resultados preliminares servem de incentivo para a continuidade e replicação da atividade. Paradoxalmente, no tema gerontologia e tecnologias digitais, a sociedade ainda está “engatinhando” e restam muitas questões a serem solucionadas referentes a este tema desafiador e pouco lapidado.

Palavras-chave: tecnologias digitais, idosos, informática

Referências

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