Há Espaço para a Oralidade na Organização Curricular dos Anos Iniciais?
Resumo
Este estudo apresenta resultados de revisão sistemática de literatura acerca das práticas de linguagem nos anos iniciais do ensino fundamental, com recorte específico na oralidade e seu ensino pelo Pedagogo. O estudo objetiva evidenciar o trabalho com a oralidade no contexto da infância escolarizada. Esta revisão assume a perspectiva discursiva de currículo a partir de Lopes e Macedo (2011); Pacheco (2009); Pinar (2016) e Santos (2017). Os procedimentos metodológicos da revisão foram desenvolvidos a partir de critérios de inclusão e exclusão de dados de uma plataforma acadêmica em um intervalo de dez anos (2010-2020). Como resultados é possível destacar que a oralidade faz parte das práticas de ensino da língua portuguesa nos anos iniciais, embora ainda seja compreendida como suporte para os processos de alfabetização, muito focalizados na leitura e na escrita; além disso, os estudos levantados resistem em referenciar-se nos documentos curriculares atuais sobre a oralidade e ensino. Dentre os estudos levantados é possível identificar ainda que o trabalho com a oralidade está orientado pela noção de modalidades previstas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, sem aprofundar a ideia de eixos ou práticas de linguagem, conforme políticas curriculares subsequentes.
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