Cala a Boca já Morreu, Quem Manda na Minha Boca Sou Eu!

  • Ivone Diná Ribeiro Lemes de Almeida UNIC
  • Jhonatan Thiago Beniquio Perotto UNIC
  • Lucy Ferreira Azevedo UNIC

Resumo


A escola de Mato Grosso oportuniza muito pouco a fala do estudante negro no seu cotidiano, mesmo com a Lei 10.639/93, modificada em 2008, pela Lei 11.645, com a inclusão de povos indígenas. A hipótese levantada é se o jovem maior de 18 anos perceberia que a sua fala não é oportunizada na escola média. O objetivo é a análise de lembranças de estudantes negros do Ensino Média que residem em Cuiabá para flagrar na oralidade as marcas identitárias partindo da História de Vida de cada um – aproximadamente 15 alunos – dentro da metodologia de História Oral. As entrevistas foram transcritas e transformadas em texto. Entre os autores basilares, estão foram HALL (2006), GEERTZ (2008), FANON (2008) e BASTIDE (1974). Os resultados demonstram a carga da violência colonial nas experiências desses indivíduos e da estruturação de uma sociedade diaspórica e revelam a ligação indissociável da memória e da identidade com a mobilidade nas falas dos estudantes. Espera-se que essa pesquisa coloque em evidência o silêncio que os jovens apresentam quando precisam falar de si mesmos, contribua na redução de preconceitos e potencialize-os para uma fala que exija a criação de políticas públicas que facilitem a mobilidade e integração dos indivíduos brasileiros.

Palavras-chave: Construção cultural, Diáspora, História de Vida, Identidade

Referências

BASTIDE, Roger. La sociologie en Amérique Latine. ln: GURVITCH, Georges (Org.). La sociologie au XXO siêcle II: Les études sociologiques dans les différents pays. Paris: Presses Universitaires de France

DELGADO, L. DE A. N. História oral: memória, tempo, identidade. 2. ed. Belo Horizonte:Autêntica, 2010.

DERRIDA, Jacques. Différance. In: BASS, Alan. Margins of Philosophy. Chicago: University of Chicago Press, 1982.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. UFBA, 2008.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas, Rio de Janeiro: LTC, 2008.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro. Modernidade e dupla consciência, São Paulo, Rio de Janeiro, 34/Universidade Cândido Mendes - Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001.

HALL, Stuart. A identidade cultural da pós-modernidade. São Paulo: DP&A, 2006.

HALL, S. Race, culture, and comunications: looking backward and forward at cultural studies. In: STOREY, J. (ed.). What is cultural studies?, London, Arnold, 1996, pp.336-343. Disponível em: [link]. Acesso em 16 fev. 2020.

HOROWITZ. O local da diferença: ensaios sobre memória, arte, literatura. Tradução M Seligmann-Silva, 2005.

SOUZA, Noêmia. O brado africano. Porto: Porto Editora – O Brado Africano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2021-06-18 19:28:15]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$o-brado-africano. Acesso em 22 set. 2021.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires, Colección Sur Sur, 2005, p.107-130. Disponível em http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf. Acesso em 22 set. 2021.
Publicado
08/11/2021
Como Citar

Selecione um Formato
ALMEIDA, Ivone Diná Ribeiro Lemes de; PEROTTO, Jhonatan Thiago Beniquio; AZEVEDO, Lucy Ferreira. Cala a Boca já Morreu, Quem Manda na Minha Boca Sou Eu!. In: ANAIS PRINCIPAIS DO SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO (SEMIEDU), 29. , 2021, Cuiabá. Anais [...]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2021 . p. 2400-2409. ISSN 2447-8776.