Educação Popular: Metodologias Participativas nas Pesquisas em Educação em Tempos de Distanciamento Social
Resumo
O presente trabalho traz discussões relacionadas à realização de pesquisas em Educação Popular no contexto do distanciamento social imposto pela pandemia de COVID-19. Tais reflexões se fizeram necessárias em função de nossa pesquisa de doutorado, que visa resgatar e salvaguardar saberes e práticas ancestrais ligadas ao ofício da benzeção. A pesquisa de campo está se realizando, especialmente, por meio da aprovação do projeto "Conhecimentos Tradicionais e o direito de reconhecimento de benzedeiras e benzedores do quilombo de Mata Cavalo/Nossa Senhora do Livramento", no Edital FAPEMAT nº003/2021 Extensão Tecnológica Conhecimento a Serviço da População, o que tem possibilitado a aproximação, ainda que indiretamente, com os sujeitos da pesquisa. O projeto prevê a contratação de 3 bolsistas, escolhidas entre moradores da própria comunidade, que irão contribuir na cartografia das práticas de cura e cuidado bem como na realização de entrevistas com tais sujeitos. Nossa metodologia de pesquisa está no bojo da Educação Popular e da Pesquisa Participante. Trazemos aqui as principais reflexões e técnicas que têm possibilitado que caminhemos, à distância, mas nem por isso isolados. É, assim, uma partilha de percepções sobre as relações entre os sujeitos na pesquisa participante no contexto pandêmico.
Referências
ANDRADE, Adriane de; GÓMEZ, Jorge Ramón Montenegro. Movimento Aprendizes de Sabedoria (MASA): cartografando processos de r-existência. CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v. 14, n. 33, ago., 2019.
BEZERRA, Maria. Entrevista: Maria Bezerra – Benzedeira; Escola de Almas Benzedeiras de Brasília-DF. Museu do Cerrado. Entrevista concedida a Tiago Rocha. 12/08/2020. Disponível em: [link]. Acesso em: 14/09/2021.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Diante do Outro cheio de perguntas: uma coletânea de escritos sobre a pesquisa aplicada a pesquisa participante a pesquisa-ação-participante e a pesquisa militante. (Este volume de escritos envolve um conjunto de textos antigos e novos, entre inéditos e já editados; mantidos como no original, ou revisitados e revistos. Ele integra a série ESCRITOS DA ROSA DOS VENTOS. É colocado em circulação para ser acessado, lido e partilhado livre e gratuitamente.) Livre acesso em: https://www.sitiodarosadosventos.com.br
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A terceira margem do rio: anotações e fragmentos sobre a experiência da pesquisa como um encontro. Elaborado a partir da Conferência ARNA - Cartagena de Índias, Colômbia, Junho de 2017.
HOLLIDAY, Oscar Jara. La Concepción Metodológica Dialéctica, los Métodos e las Técnicas Participativas em la Educación Popular. CEP - Centro de Estudios y Publicaciones Alforja. San Jose (s/d)
____. Para sistematizar experiências. 2. ed., revista, Brasília: MMA, 2006.
MEIRA, Antonio Michel Kuller. Mapeamentos sociais como ferramenta para discussão de políticas públicas para o reconhecimento formal de benzedeiras no Paraná. Inter-Ação, Goiânia, v. 43, n. 1, jan./abr. 2018.
OLIVEIRA, Elda Rizzo. O que é medicina popular. São Paulo: Brasiliense, 1985 (Coleção Primeiros Passos).
PALUDO, Conceição. Educação Popular como Resistência e Emancipação Humana. Cad. Cedes, Campinas, v. 35, n. 96, p. 219-238, maio-ago., 2015.
PÉREZ, Carmen Seco. Sumak Kawsay: ¿Concepto sagrado o instrumento? In.: LARREA, Carlos; GREENE, Natalia. Buen vivir como alternativa al desarrollo: una construcción interdisciplinaria y participativa. UASB Digital. Equador, 2017.
