Benzedeiras e Benzedores Chiquitanas(os) na Escola: Tempos de Fissuras na Colonialidade do Saber
Resumo
O objetivo desse texto é apresentar uma experiência formativa realizada na Escola Estadual 13 de Maio, situada no espaço urbano de Porto Esperidião-MT, como instrumento pedagógico para fomentar novas formas de ensino, de aprendizado, de cuidado e de cura que se entrecruzam no ofício tradicional da benzeção Chiquitana. As análises realizadas partem das discussões coletivas realizadas no Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação (GEPTE-UFMT) e da proposta investigativa concluída em 2024 intitulada “Benzeção, saberes e re-existência do povo indígena Chiquitano no espaço urbano de Porto Esperidião (MT)”. Adotamos como metodologia a pesquisa participante (oficinas formativas) e o método materialismo histórico-dialético que nos permite compreender a realidade concreta a partir das experiências costumeiras das benzedeiras e dos benzedores Chiquitanas(as) no contexto urbano. Conclui-se que, é possível transpor os saberes indígenas Chiquitanos para dentro da escola no sentido de propor reflexões sobre outros modos autênticos de produzir pedagogias que fundamentam a episteme da sensibilidade/percepções sensoriais em contraste com as formas/conceitos prescritos pelo eurocentrismo.
Palavras-chave:
Benzeção, Saberes Decoloniais, Povo Indígena Chiquitano
Referências
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Publicado
11/11/2024
Como Citar
SILVA, Elidiane Martins de Brito; CAETANO, Edson.
Benzedeiras e Benzedores Chiquitanas(os) na Escola: Tempos de Fissuras na Colonialidade do Saber. In: ANAIS PRINCIPAIS DO SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO (SEMIEDU), 32. , 2024, Cuiabá/MT.
Anais [...].
Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação,
2024
.
p. 1818-1827.
ISSN 2447-8776.
DOI: https://doi.org/10.5753/semiedu.2024.32841.