Omotenashi: Um estudo sobre a criação de agentes inteligentes adaptados culturalmente no Blip
Resumo
Recentemente, houve um crescimento vertiginoso no desenvolvimento e uso de agentes inteligentes. Este crescimento atraiu a atenção de grandes empresas de tecnologia, que lançaram plataformas que permitem o desenvolvimento de chatbots de maneira facilitada. No entanto, os chatbots ainda falham em atender as expectativas sociais dos usuários. Estas expectativas podem estar associadas a valores culturais imbuídos durante o processo de desenvolvimento do chatbot (associados ou não a questões de antropoformização). Na literatura, atualmente, não existem estudos que abordem o tema de cultura em plataformas de desenvolvimento de chatbots, ainda mais com foco em indivíduos não-programadores. Fundamentado na Engenharia Semiótica, este trabalho buscou investigar a disponibilização destes recursos de adaptação cultural na plataforma Blip. Na primeira etapa, foram utilizados o Método de Inspeção Semiótica e Metáforas de Perspectivas Culturais para avaliar os aspectos comunicacionais da plataforma. Com base nos achados da primeira etapa, uma segunda etapa de auto-etnografia foi realizada. A auto-etnografia foi realizada durante o processo de design de um agente conversacional baseado no Omotenashi, muito característico da cultura japonesa. Os resultados indicam que a plataforma oferece boas oportunidades para adaptação cultural, principalmente na adaptação do comportamento do agente virtual para o Omotenashi. Porém, também apresentam barreiras para expressão cultural.