Mulheres gamedevs, trabalho e intersecções
Resumo
Esse artigo analisa o perfil de mulheres brasileiras cuja profissão envolve o desenvolvimento de jogos eletrônicos a partir de uma perspectiva crítico-social e interseccional. A pesquisa é qualitativa/quantitativa, do tipo exploratória, com entrevistas online com 10 participantes e a análise de práticas discursivas e produções de sentidos de Spink (2010). Os resultados apontaram que as gamedevs deste estudo seguem um perfil conforme o panorama da indústria, elas são majoritariamente brancas, da região sudeste do Brasil, do setor de produção e o trabalho é, principalmente, remoto e terceirizado. Espera-se que esse estudo contribua com o debate sobre a diversidade e os direitos trabalhistas na indústria de jogos.
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