Mulheres de Ferro: Relato de Prática Utilizando Arduíno com Alunas do Ensino Médio em uma Escola Pública
Resumo
Este artigo descreve uma experiência realizada com alunas do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública do Distrito Federal, com o objetivo de incentivar a atuação delas na área da computação. Para despertar o interesse das alunas foram desenvolvidas, durante o semestre de 2017/2, oficinas de Arduíno. A disparidade de gênero ainda é um grande obstáculo para as mulheres nas áreas da ciência, sobretudo das exatas. Conforme Maciel e Bim (2010), a redução do número de mulheres nas áreas de Engenharia e de Computação é uma preocupação mundial. Segundo o relatório divulgado pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC, 2018), referente ao ano de 2016, é possível observar que apenas 13,65% dos ingressantes em cursos de Computação são mulheres. Além disso, do total de alunos que concluíram os cursos, apenas 15,48% são do sexo feminino. Pesquisas sobre a participação das mulheres nas engenharias revelaram que as discriminações ainda ocorrem apesar das conquistas que elas fizeram também na área tecnológica. Investigações realizadas por pesquisadores e pesquisadoras do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Relações de Gênero e Tecnologia - GeTec, da UTFPR, mostraram sob várias facetas como ocorre esta discriminação. Por exemplo, entre os estudantes das Engenharias há um estranhamento por parte de professores e de alunos pela presença de jovens do sexo feminino nestes cursos. Há depoimentos de alunas afirmando que seus próprios pais, em alguns casos, tentaram impedí-las de cursar Engenharia por ser este um curso mais direcionado ao sexo masculino.