(In)visibilidade da Diversidade nos Cursos Presenciais de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação: Um Panorama das Universidades Públicas da Bahia

Resumo


Este estudo analisa a diversidade na educação superior em Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação no estado da Bahia, a partir das dimensões de gênero, raça, políticas de reservas de vagas, deficiência e faixa etária dos estudantes. Para isso, foram utilizados dados do Censo da Educação Superior do INEP de 2015 a 2019. Entre os principais resultados, destaca-se a significativa disparidade de gênero, com menos de 15% de mulheres em algumas instituições. No entanto, houve progresso na diversidade racial, com aumento notável de estudantes autodeclarados pretos e pardos. As reservas de vagas contribuíram principalmente para diversidade étnica e socioeconômica. A presença de estudantes com deficiência aponta para a necessidade de modificações no ambiente acadêmico para torná-lo mais acessível. A partir dos resultados encontrados, ações poderão ser tomadas para tornar o ambiente acadêmico mais inclusivo, acessível e promover a equidade.

Palavras-chave: Diversidade, Bahia, Computação, TICs

Referências

Nina Paiva Almeida. 2008. Diversidade na Universidade: o BID e as políticas educacionais de inclusão étnico-racial no Brasil. Master's thesis. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.

Lais Farias Alves, Larissa Rocha, Cláudia Pinto Pereira, Ivan Machado, Windson Viana, and Nailton Almeida Junior. 2022. Estudantes com Deficiência Visual em Computação: participação, perspectivas e desafios enfrentados. In Anais do II Simpósio Brasileiro de Educação em Computação. SBC, 67–76.

T Ribeiro Alves, C Pinto Pereira, and T Cerqueira de Jesus. 2023. Litera Braille: Prototyping and Development of Low-Cost Device Based on Braille Typewriter. In EDULEARN23 Proceedings. IATED, 5759–5768.

S V C Areosa, C R Freitas, M Lampert, and C Tirelli. 2023. Envelhecimento ativo: um panorama do ingresso de idosos na universidade. Reflexão e Ação 24, 212–228. Issue 3.

Lecia Jane Barker, Joanne McGrath Cohoon, and Leisa D. Thompson. 2010. Work in progress — A practical model for achieving gender parity in undergraduate computing: Change the system, not the student. 2010 IEEE Frontiers in Education Conference (FIE), S1H–1–S1H–2. [link].

Lin Bian, Sarah-Jane Leslie, and Andrei Cimpian. 2017. Gender stereotypes about intellectual ability emerge early and influence children's interests. Science 355, 6323, 389–391. arXiv: [link].

Carmen Botella, Silvia Rueda, Emilia López-Iñesta, and Paula Marzal. 2019. Gender Diversity in STEM Disciplines: A Multiple Factor Problem. Entropy 21, 1.

Louafia Boukreris and Ghania Ouahmiche. 2017. Diversity: Concept and Issues. International Journal of Language and Linguistics 5, 15–24. Issue 1.

Brasil. 1990. Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasil, Brasília, DF. [link].

Brasil. 1996. Lei Nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasil, Brasília, DF. [link].

Brasil. 2001. Lei Nº 10172, de 09 de Janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasil, Brasília, DF. [link].

Brasil. 2012. LEI Nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Brasil. Acessado em: 07 out. 2023.

Brasil. 2015. Lei Nº 13.146, de 6 de Julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasil, Brasília, DF. [link].

Brasil. 2016. Lei Nº 13.409, de 28 de dezembro de 2016. Dipõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Brasil. Acessado em: 07 out. 2023.

Unicef Brasil. 1990. Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien – 1990). Unicef Brasil. [link].

Sapna Cheryan, Allison Master, and Andrew N. Meltzoff. 2015. Cultural stereotypes as gatekeepers: increasing girls' interest in computer science and engineering by diversifying stereotypes. Frontiers in Psychology 6.

J. McGrath Cohoon. 2002. Recruiting and Retaining Women in Undergraduate Computing Majors. SIGCSE Bull. 34, 2, 48–52.

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. 2008. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasil, Brasília, DF. [link].

Celia de Anca and Salvador Aragón. 2018. The 3 Types of Diversity That Shape Our Identities. Harvard Business Review 5, 24, 2–5. [link].

José Jorge de Carvalho. 2005. Inclusão étnica e racial no Brasil: a questão das cotas no ensino superior. Attar Editorial.

Brasil. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 2022. Nota de esclarecimento | Divulgação dos microdados. Brasília, DF: Inep, Disponível em: [link]. Acessado em: 20 out. 2023.

Brasil. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 2023. Censo da Educação Básica 2022: notas estatísticas. Brasília, DF: Inep, Disponível em: [link]. Acessado em: 08 out. 2023.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2019. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. Estudos e Pesquisas. Informações Demográficas e Socioeconômicas 41, 1–12.

CNTE. Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação. 2022. Exclusão de dados do Censo Escolar é inadmissível e impede a elaboração de políticas públicas, dizem entidades. Brasília, DF: CNTE Brasil, Disponível em: [link]. Acessado em: 20 out. 2023.

Jie Du and Hayden Wimmer. 2019. Hour of Code: A study of gender differences in computing. Information Systems Education Journal 17, 4, 91.

Pearson Higher Education. 2023. Desafios e formas de promover a educação inclusiva na universidade. [link].

Lorena Ismael Fernandes et al. 2019. A inclusão educacional de pessoas com deficiência nas universidades federais sob a perspectiva da lei 13.409/2016. ÎANDÉ: Ciências e Humanidades 2, 3, 45–57.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira et al. 1999. Novo dicionário Aurélio-século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira 1.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira et al. 2004. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguea. Curitiba: Positivo 1.

Teófilo Alves Galvão Filho. 2009. Tecnologia assistiva para uma escola inclusiva: apropriação, demanda e perspectivas. Ph.D. Dissertation. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Educação, Disponível em: [link].

OECD Organisation for Economic Co-operation and Development. 2023. Who we are. [link].

Luciana Bolan Frigo and Aleteia Araujo. 2023. Interculturalidad, inclusión y equidad en educación. Ediciones Universidad de Salamanca, Salamanca, Chapter Meninas Digitais - Programa Brasileiro por Igualdade de Gênero na Área de TIC.

Jeff Hearn and Jonna Louvrier. 2015. Theories of diversity and intersectionality: What do they bring to diversity management? In R. Bendl, I. Bleijenbergh, E. Henttonen, & A. J. Mills (Eds.), The Oxford Handbook of Diversity in Organizations (pp. 62-82). Oxford University Press. [link]

IBGE. 2023. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022. [link].

Rob Imrie. 2012. Universalism, universal design and equitable access to the built environment. Disability and rehabilitation 34, 10, 873–882.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). s/d. IBGE Cidades - Panorama. [link] Acesso em: 10 de setembro de 2023.

Maria Teresa Egler Mantoan and José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanuti. 2022. A Escola que Queremos para Todos. Curitiba: CRV. 96 pages.

Daniella Martins Vasconcellos, Guilherme Tomaselli Borchardt, Laís Pisetta Van Vossen, Maria Teresa Silva Santos, Eric Carvalho da Silveira, Carlos Daniel Schmitt Bunn, and Isabela Gasparini. 2023. Estudos sobre evasão em diferentes ambientes educacionais e seus relacionamentos com gênero e a diversidade. Revista Eletrônica de Iniciação Científica em Computação 21, 2, 1–10.

Allison Master and Andrew N. Meltzoff. 2020. Cultural Stereotypes and Sense of Belonging Contribute to Gender Gaps in STEM. International Journal of Gender, Science and Technology 12, 1, 152–198. [link].

Allison Master, Andrew N. Meltzoff, and Sapna Cheryan. 2021. Gender stereotypes about interests start early and cause gender disparities in computer science and engineering. Proceedings of the National Academy of Sciences 118, 48, e2100030118. arXiv: [link].

INEP MEC. 2019. Censo da Educação Superior: Microdados do Censo da Educação Superior. [link].

INEP MEC. 2022. Censo da Educação Superior: Microdados do Censo da Educação Superior. [link].

Rodrigo H Mendes. 2004. Desmistificando os impactos da diversidade no desempenho das organizações: um olhar crítico sobre as referências atualmente feitas à diversidade cultural como fonte de vantagem competitiva empresarial. Encontro de Estudos Organizacionais 3.

Unesco. Organisação das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 1994. Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais.

Mariza Aparecida Costa Pena, Daniel Abud Seabra Matos, and Rosa Maria da Exaltação Coutrim. 2020. Percurso de estudantes cotistas: ingresso, permanência e oportunidades no ensino superior. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas) 25, 27 – 51. DOI: 10.1590/S1414-40772020000100003.

Judith K. Pringle and Glenda Strachan. 2015. Duelling dualisms. A History of Diversity Management. In R. Bendl, I. Bleijenbergh, E. Henttonen, & A. J. Mills (Eds.), The Oxford Handbook of Diversity in Organizations (pp. 39-61). Oxford University Press. [link].

Chaiane de Medeiros Rosa and Ana Maria Gonçalves. 2014. Educação superior no Brasil e a questão da reserva de vagas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação 9, 1, 2–13.

Luiz Gustavo Borges Rosario and Josete Pereira Peres Soares. 2021. A política de cotas em um instituto superior de educação: as experiências de estudantes negros cotistas. O Social em Questão 24, 50, 245–268.

Ana Claudia Antonio Maranhão Sá and Vanessa Helena Santana Dalla Dea. 2020. Política de Acessibilidade na Universidade Federal de Goiás: da criação do documento à efetivação de ações. In Acessibilidade e Inclusão no Ensino Superior: Reflexões e ações em universidades brasileiras. Cegraf UFG, Goiânia, Brasil, 5–25.

Paulo Santiago and Cerna Lucie. 2020. Strength through Diversity: Education for Inclusive Societies Design and Implementation Plan. [link].

Maria Santos, Laís Vossen, Daniella Vasconcellos, Guilherme Borchardt, Roger Venson Junior, Eric Silveira, Marily Silva, and Isabela Gasparini. 2023. Panorama da diversidade nos cursos presenciais de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação das universidades públicas de Santa Catarina. In Anais do III Simpósio Brasileiro de Educação em Computação (Evento Online). SBC, Porto Alegre, RS, Brasil, 69–78.

Nayara Santos and Sabrina Marczak. 2023. Fatores de Atração, Evasão e Permanência de Mulheres nas Áreas da Computação. In Anais do XVII Women in Information Technology (João Pessoa/PB). SBC, Porto Alegre, RS, Brasil, 136–147.

Instituto SEMESP. 2023. Mapa do Ensino Superior no Brasil (13ª edição ed.). São Paulo: SEMESP, Disponível em: [link]. Acessado em: 10 set. 2023.

Antônio Marcos Barreto SILVA et al. 2020. Panorama socioeconômico da população negra da Bahia. Salvador: Sei.

Maria Teresa Silva Santos, Laís Pisetta Van Vossen, Daniella Vasconcellos, Guilherme Tomaselli Borchardt, Gabriel Vaichulonis, Luciana Bolan Frigo, and Isabela Gasparini. 2022. Análise da evasão feminina nos cursos de Ciência da Computação das universidades públicas e presenciais de Santa Catarina. Revista Novas Tecnologias na Educação 20, 1, 233–242.

R Thomas. 1991. Beyond race and gender: Unleashing the power of your total workforce by managing diversity. New York: American Management Association. Thomas, R.(1995). A diversity framework. Diversity in organizations: New perspectives for a changing workplace, 245–263.

UESB. 2008. Resolução Consepe nº 37/2008. Disponível em: [link]. Acessado em: 20 out. 2023.

Chyanna Wee and Kian Meng Yap. 2021. Gender Diversity in Computing and Immersive Games for Computer Programming Education: A Review. International Journal of Advanced Computer Science and Applications 12, 5.
Publicado
22/04/2024
Como Citar

Selecione um Formato
PEREIRA, Claudia Pinto; FIGUERÊDO, José Solenir Lima; ALVES, Thiago Ribeiro; SANTOS, Naiara Silva dos; GALVÃO, Nelma de Cássia S. Sandes; GALVÃO FILHO, Teófilo Alves. (In)visibilidade da Diversidade nos Cursos Presenciais de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação: Um Panorama das Universidades Públicas da Bahia. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM COMPUTAÇÃO (EDUCOMP), 4. , 2024, Evento Online. Anais [...]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2024 . p. 90-101. DOI: https://doi.org/10.5753/educomp.2024.237512.